O que é o batismo nas águas? Por que o fazemos? Como deve ser
ministrado, quando e para quem? Quero ensinar um pouco acerca desta prática
cristã…
É UMA ORDENANÇA DE JESUS
O batismo é uma ordenança clara de Jesus para todo aquele que n’Ele crê:
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-as em
nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo” (Mateus 28.19)
SELO DA FÉ
O batismo deve ser visto como um selo da justiça que vem pela fé, e
evidentemente deve seguir a fé, como determinam as palavras finais de Jesus que
se encontram registradas no evangelho de Marcos:
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda
criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será
condenado” (Mc 16.15,16).
Esta é a razão porque não batizamos e nem tampouco validamos o batismo
de crianças; é necessário crer primeiro e então se batizar. Obedecemos o
princípio bíblico de consagrar os filhos ao Senhor, mas só os batizamos depois
que puderem crer e professar sua fé.
É A CIRCUNCISÃO DO CORAÇÃO
No Velho Testamento, os judeus tinham como selo de sua fé a circuncisão;
no Novo Testamento a circuncisão foi suprimida, sendo vista simbolicamente no
batismo:
“Nele também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no
despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo; tendo sido
sepultados juntamente com ele no batismo, no qual igualmente fostes
ressuscitados pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos”
(Colossenses 2.11,12)
Hoje, esta circuncisão acontece no coração (Rm 2.28,29), e Paulo a
relaciona com o batismo.
O BATISMO NÃO SALVA, MAS ACOMPANHA A SALVAÇÃO
O batismo não salva ninguém. Jesus disse que quem crer (e for batizado
por crer) será salvo e quem não crer será condenado; note que ele não disse
“quem não for batizado será condenado”, mas sim “quem não crer”.
O batismo segue a fé que nos leva à salvação, mas ele em si não é um
meio de salvação. Que o diga aquele ladrão que foi crucificado com Cristo e a
quem Jesus disse que estaria com ele ainda aquele dia no paraíso (Lc 23.39 a
43); ele somente creu e nem pôde ser batizado, mas não deixou de ser salvo por
isto. O batismo, portanto, não salva, mas nem por isso deixa de ser importante
e necessário; aquele ladrão não tinha condições de passar pelo batismo, mas
alguém que crê deve obedecer à ordenança de Cristo e ser batizado, caso
contrário estará em deliberada desobediência a Deus, o que poderá impedir-lhe
de entrar para a vida eterna.
Podemos dizer que o batismo é parte do processo de salvação, mas não que
ele em si salve; o apóstolo Pedro escreveu o seguinte acerca do batismo:
“não sendo a remoção da imundícia da carne, mas a indagação de uma boa
consciência para com Deus, por meio de Jesus Cristo” (1 Pe 3.21).
É UMA IDENTIFICAÇÃO COM CRISTO
O batismo tem um significado; além de ser um testemunho público da nossa
fé em Jesus, ele fala algo. Na verdade é o meio através do qual externamos que
tipo de fé temos depositado em Jesus Cristo.
Quando falamos sobre a fé em Jesus, não nos referimos a crer que Ele
EXISTE; é mais do que isto! A maioria das pessoas crêem que Jesus existe mas
não entendem o que Ele FEZ. São duas coisas completamente diferentes; o que nos
salva da perdição eterna e da condenação dos pecados é a obra de Cristo na cruz
em nosso lugar. Ao morrer na cruz, o Senhor Jesus não morreu porque mereceu
morrer; pelo contrário, como justo e inocente, Ele nos substituiu, sofrendo o
que nós deveríamos sofrer a fim de que recebêssemos a salvação de Deus.
Há dois elementos básicos na fé que nos salva: identificação e
apropriação. É importante entender cada um deles dentro do simbolismo do
batismo.
Identificação é o aspecto da fé que nos faz ver que Jesus
assumiu a nossa posição de pecado, para que assumíssemos a posição de justiça
d’Ele (2 Co 5.21). A Bíblia declara o seguinte: “Porque morrestes, e a vossa
vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus” (Cl 3.3). Quando Deus nos
olha, ou Ele nos vê sozinhos em nossos pecados, ou nos vê através de Jesus
Cristo, que já pagou por eles.
A fé nos coloca com Jesus na cruz, crucificados com Ele; nos coloca no
túmulo, sepultados com Ele; nos coloca ainda nos céus, à direita de Deus,
ressuscitados com Cristo! É quando nos vemos n’Ele, entendendo o sacrifício
vicário do Filho de Deus, que passamos a ter direito ao que Cristo fez; esta é
a hora do segundo passo: apropriação.
Apropriação é o aspecto da fé que torna meu aquilo que já
vi realizado em Jesus. É quando entendemos que não somos salvos pelas obras,
mas sim pela graça, mediante a fé e nos apropriamos disto. Paulo escreveu a
Timóteo e lhe disse: “toma posse da vida eterna” (1 Tm 6.12).
O batismo, é o nosso testemunho da identificação com Cristo; ele revela
não apenas que eu tenho fé, mas que tipo de fé eu tenho. Veja o que as
Escrituras dizem:
“Ou, porventura, ignorais que todos os que fomos batizados em Cristo
Jesus, fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte
pelo batismo, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos para a
glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida” (Romanos 6.3,4).
Quando imergimos alguém na água, estamos simbolicamente declarando que
esta pessoa foi sepultada com Jesus, e ao levantarmos esta pessoa das águas,
estamos reconhecendo que ela já ressuscitou com Cristo para viver uma nova
vida. Portanto, o batismo é onde reconhecemos que tipo de fé temos; uma fé que
se identifica com Cristo e sua obra realizada na cruz.
QUEM PODE SE BATIZAR?
Para quem é o batismo? A explicação anterior responde esta indagação:
para todo aquele que se identifica pela fé com o sacrifício de Cristo na cruz.
Depois de ter reconhecido por fé a obra de Cristo, quando a pessoa passa a
estar apta para o batismo? Quanto tempo ela tem que ter de vida cristã para
poder se batizar?
A Bíblia responde com clareza estas questões. Em Atos 8.30 a 39, lemos
acerca do primeiro batismo cristão apresentado em maiores detalhes na Bíblia.
Neste texto, temos um modelo para a forma de batismo, e ali vemos que já na
evangelização o batismo era ensinado aos novos convertidos, o que nos faz saber
que ninguém deve demorar para se batizar após ter feito sua decisão de servir a
Jesus.
Além disso, vemos também qual é o critério para que alguém se batize;
quando o etíope pergunta: “Eis aqui água, que impede que eu seja batizado?” a
resposta de Felipe vem trazendo luz sobre o requisito básico para o batismo: “É
lícito, se crês de todo coração” (At
8.36,37).
Quando a pessoa foi esclarecida sobre a obra (e não só a pessoa)
redentora de Jesus Cristo, e crê de todo o coração (sem dúvida acerca disto),
ela está pronta para ser batizada.
QUANDO SE BATIZA O NOVO CONVERTIDO?
Não há data estabelecida, somente os critérios que o recém convertido
deve apresentar. No caso de Filipe e o etíope, foi bem rápido!
COMO SE BATIZA?
A palavra “baptismos” no grego significa: “imergir; mergulhar; colocar
para dentro de”. No curso da história, por várias razões, apareceram outras
formas de batismo, como aspersão e ablução (banho); entretanto, como o batismo
é uma identificação com Cristo em sua morte e ressurreição, e é exatamente isto
que a imersão significa, não praticamos outras formas de batismo.
Quando Felipe batizou o etíope, eles pararam em um lugar onde havia
água. A Bíblia diz que ambos entraram na água (At 8.38,39). Certamente aquele
eunuco viajava abastecido com água potável; se fosse o caso de praticarem a
aspersão havia água suficiente naquela carruagem para isto, mas batizar é
imergir! Não foi à toa que João Batista se utilizou do rio Jordão para batizar.
Depois, mudou o local de batismo para Enom, perto de Salim, e razão para isto é
descrita pelo apóstolo João em seu evangelho: “porque havia ali muitas águas”
(Jo 3.23).
Não há lugar específico para o batismo. Em nosso templo temos um
batistério, mas também batizamos em rios, piscinas, e onde houver água
suficiente para a imersão…
Além da água, é necessário alguém que ministre o batismo ao
novo-convertido, uma vez que não existe auto-batismo na Bíblia. E quem pode
batizar? Quem tem autoridade para isto? Só o pastor? Não! A ordenança de Jesus
é clara: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-as em
nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo”(Mt 28.19).
Jesus mandou fazer discípulos e depois batizá-los. A ordem já subentende
que quem faz o discípulo tem autoridade para batizá-lo. Felipe era apenas um
diácono, fazendo o trabalho de evangelista; não era o pastor de igreja nenhuma,
e batizou!
Paulo disse aos coríntios que não havia batizado quase ninguém entre
eles; entendemos que mesmo se tratando de seus filhos na fé, ele provavelmente
tenha passado esta tarefa a outros cooperadores, que não eram pastores.
Em nossa igreja, os pastores conduzem o batismo por uma questão de
ordem, mas não porque só pastores possam batizar. Assim como os pastores pregam
e isto não quer dizer que só eles possam pregar, assim também é com o batismo.
Num batismo eles podem chamar o líder de célula ou o discipulador da pessoa
para batizar o novo convertido.
Para muitas igrejas, as palavras de Mateus 28.19 (“em nome do Pai, do
Filho, e do Espírito Santo”) são a fórmula a ser seguida no batismo. Vemos
nisto um princípio espiritual, mostrando a Trindade envolvida no batismo, mas a
forma como os apóstolos obedeceram esta ordem nos dá a entender que eles não
viram nas palavras de Jesus uma fórmula a ser repetida. Por quatro vezes, vemos
referências claras ao nome usado no batismo cristão nas páginas de Atos dos
Apóstolos:
“Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo,
para a remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo”.
(Atos 2.38)
“Porquanto não havia ainda descido sobre nenhum deles, mas somente
haviam sido batizados em nome do Senhor Jesus”. (Atos 8.16)
“E ordenou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo. Então lhe
pediram que permanecesse com eles alguns dias”. (Atos 10.38)
“Eles, tendo ouvindo isto, foram batizados em o nome do Senhor Jesus”.
(Atos 19.5)
Quando Jesus citou o Pai, Filho, e Espírito Santo no batismo, o fez
dizendo que em nome deles se deveria praticar o batismo, e não repetindo sua
frase. “Pai” não é nome, é um título que indica uma posição; “Filho” também não
é nome, é um título que indica uma posição. Qual é o nome a qual Jesus estava
se referindo e que representa a Trindade na terra? É o Seu próprio nome!
Alguns alegam que batizar só em nome de Jesus é negar a Trindade, mas
para os apóstolos era sinônimo de obediência à comissão de Cristo. Veja bem,
quando expulsamos demônios, fazemos isto em nome de Jesus (Mc 16.17), mas não
quer dizer que o Pai e o Espírito Santo tenham ficado de fora, pois Jesus disse
que expulsava demônios pelo dedo de Deus (Lc 11.20) e também pelo Espírito
Santo (Mt.12.28).
Quando uma pessoa é salva, é salva pelo nome de Jesus (At 4.12), mas não
quer dizer que o Pai e o Espírito Santo não estejam envolvidos nisto. Da mesma
forma, quando impomos as mãos nos enfermos (Mc 16.18), fazemos isto em nome de
Jesus. Quando oramos, fazemos isto em nome de Jesus (Jo 16.23,24).
O NOME DE JESUS representa a trindade na terra; por trás dele estão o
Pai, Filho e Espírito Santo. Quando batizamos “em nome de Jesus”, estamos
batizando no nome que representa a Trindade.
Por causa da triunidade de Deus (um só Deus em três pessoas),
sub-entende-se uma “implicitude” da Trindade no nome de Jesus. Daí, a ser
“unicista” (Deus em uma só pessoa) há muita diferença!
Fonte:orvalho.com
Muito bem explicado!! Meu coração doí ao ver como muitos cristãos são ensinados e creem que só estão salvos a partir da data do seu batismo. Gostaria que mais ensinos como esse fossem dados as igrejas para que os cristãos não sofressem por ignorância e falsos ensinos.
ResponderExcluirVim conhecer seu blog e gostei muito.
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