Os Livros apócrifos (grego: απόκρυφος; latim: apócryphus; português: oculto), também conhecidos como Livros Pseudo-canônicos, são os livros escritos por comunidades cristãs e pré-cristãs (ou seja, há livros apócrifos do Antigo Testamento) nos quais os pastores e a primeira comunidade cristã não reconheceram a Pessoa e os ensinamentos de Jesus Cristo e, portanto, não foram incluídos no cânon bíblico.
O termo "apócrifo" foi criado por Jerônimo, no quinto século, para designar basicamente antigos documentos judaicos escritos no período entre o último livro das escrituras judaicas,Malaquias e a vinda de Jesus Cristo. São livros que, segundo a religião em questão, não foram inspirados por Deus e que não fazem parte de nenhum cânon. São também considerados apócrifos os livros que não fazem parte do cânon da religião que se professa.
A consideração de um livro como apócrifo varia de acordo com a religião. Por exemplo, alguns livros considerados canônicos pelos católicos são considerados apócrifos pelos judeus e pelos evangélicos (protestantes). Alguns destes livros são os inclusos na Septuaginta por razões históricas ou religiosas.A terminologia teológica católica romana/ortodoxa para os mesmos é deuterocanônicos, isto é, os livros que foram reconhecidos como canônicos em um segundo momento (do grego, deutero significando "outro"). Destes fazem parte os livros de Tobias, Judite, I e II Macabeus, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico (também chamado Sirácide ou Ben Sirá), Baruc (ou Baruque) e também as adições em Ester e em Daniel - nomeadamente os episódios da História de Susana e de Bel e o dragão.
Os apócrifos são cartas, coletâneas de frases, narrativas da criação e profecias apocalípticas. Além dos que abordam a vida de Jesus ou de seus seguidores, cerca de 50 outros contêm narrativas ligadas ao Antigo Testamento.
Há alguma verdade nos escritos
apócrifos?
Sim, há. Escritos apócrifos como o proto Evangelho
de Tiago, a Didaqué e a Carta de Barnabé, têm em seu conteúdo doutrinas
verdadeiras, transcritas da Tradição Apostólica. A Tradição Apostólica é a
doutrina que os Apóstolos ensinaram e que foi transmitida oralmente aos
primeiros cristãos.
A Tradição Apostólica deu origem aos livros que
hoje compõem o Novo Testamento e também deu origem a alguns livros que não
entraram no catálogo bíblico, por não serem considerados inspirados por Deus.
Podemos confiar nos escritos
apócrifos?
Podemos confiar à medida que seu conteúdo se
harmoniza com a Tradição recebida dos apóstolos.
No entanto, nem todo livro apócrifo teve origem na
Tradição Apostólica. Conforme veremos a seguir, à medida que suscitavam as
heresias no seio da Igreja, estas heresias davam origem á doutrinas heterodoxas
(ortodoxas misturadas com heresia), que por sua vez deram origem a muitos
livros apócrifos.
Um exemplo disto é o Evangelho segundo Pedro. Este
evangelho surgiu em meados do séc II, pela cercania da cidade de Antioquia.
Nesta época Serapião, era Bispo desta cidade. Este sucessor do Bispo Inácio de
Antioquia (discípulo do Apóstolo Paulo), conhecedor e guardião fiel do depósito
da fé, escreve uma obra combatendo o uso deste evangelho.
O Bispo Eusébio de Cesaréia (historiador da
Igreja, séc IV), em sua obra ? A
Historia Eclesiástica?, faz referência a este fato:
mais uma obra, composta por ele [Serapião]: Sobre
o evangelho dito segundo Pedro, para refutar as mentiras contidas neste
evangelho, em vista de determinados fiéis da comunidade de Rossos, que
baseando-se nessa pretensa Escritura, haviam-se desgarrado por doutrinas
heterodoxas.
Transcreveremos o trecho desta obra transcrito
pelo Bispo Eusébio:
"Efetivamente, nós, irmãos, acolhemos Pedro,
e aos outros Apóstolos como se fossem o próprio Cristo; mas enquanto homens
experientes, cônscios de nada de semelhante termos recebido, rejeitamos os pseudo-epígrafos,
com estes nomes.
"Eu também, quando ao vosso lado, supunha que
estáveis todos apegados à fé verdadeira, e sem ter lido o evangelho apresentado
por eles sob o nome de Pedro, eu dizia: Se for somente isso que vos parece
contrário, pode ser lido. Mas agora soube que dissimulava certo sendo herético;
ao menos assim me foi comunicado. Voltarei, portanto, depressa para junto de
vós. Por isso, irmãos, aguardem-me dentro em breve.
Nós, porém, irmãos, tendo sabido que a heresia
pertencia a Marcião, o qual se contradiz a si mesmo, desconhecendo o que afirma
conforme podeis verificar por aquilo que vos foi escrito, pudemos efetivamente,
por meio de outros adeptos deste evangelho [segundo Pedro], isto é, os
sucessores de seus primeiros introdutores ? que denominamos docetas, pois a
maioria de suas idéias pertence a esta doutrina ? pudemos, digo, por este meio,
obter de empréstimo o livro, percorrê-lo e encontrar ali, junto da verdadeira
doutrina do Salvador, alguns acréscimos, que submetemos a vosso juízo"
Vimos então, que o tal pretenso Evangelho de
Pedro, nada mais foi que um produto da heresia Marcionita ou doceta, oriundo de
meados do séc II.
O que os antigos dizem sobre os
apócrifos?
A Igreja Católica viu a necessidade de formar um
catálogo bíblico (definir a lista de livros que poderiam ser considerados
divinos e seguros) à medida que pretensos escritos atribuídos aos apóstolos
foram surgindo e foram sendo adotados pelos cristãos. Como as heresias não
surgiram de uma só vez, isso explica porque a Bíblia demorou séculos para
surgir.
Para alguns teólogos, e para a maioria dos historiadores, os livros do novo testamento, assim como os textos apócrifos, datam de muito tempo após a vida de Jesus, sendo alguns deles escritos mais de 200 anos após a morte e ressurreição, não podendo ser considerados fidedignos, ou seja, nem tudo o que neles fora escrito narra com precisão a verdade.
Os livros apócrifos foram retirados do Cânon Cristão por mostrarem um Cristo diferenciado dos Evangelhos e teologias escolhidos, mostrando-o exclusivamente como Deus sem as limitações e sentimentos humanos, o que tornaria a passagem pela morte algo fácil, diminuindo assim, o tamanho do Sacrifício realizado pelo Salvador; em outros, entretanto, a imagem de Cristo é excessivamente mundana e está em desacordo com a imagem passada pelos quatro evangelhos oficiais.
A quantidade de livros
O número dos livros apócrifos é maior que o da Bíblia canônica. É possível contabilizar 113 deles, 52 em relação ao Antigo Testamento e 61 em relação ao Novo. A tradição conservou outras listas dos livros apócrifos, nas quais constam um número maior ou menor de livros. A seguir, alguns desses escritos segundo suas categorias.
Antigo Testamento
A vida de Adão e Eva
Apocalipse de Moisés
Apocalipse de Sidrac
Ascensão de Isaías
Assunção de Moisés
Caverna dos Tesouros
Epístola de Aristéas
Livro dos Jubileus
Martírio de Isaías
Oráculos Sibilinos
Prece de Manassés
Primeiro Livro de Adão e Eva
Primeiro Livro de Enoque
Quarto Livro dos Macabeus
Revelação de Esdras
Salmo 151
Salmos de Salomão
Samuel Apócrifo
Segundo Livro de Adão e Eva
Segundo Livro de Enoque
Segundo Tratado do Grande Seth
Terceiro livro de Enoque
Terceiro Livro dos Macabeus
Testamento de Abraão
Testamento dos Doze Patriarca
Apocalipse de Moisés
Apocalipse de Sidrac
Ascensão de Isaías
Assunção de Moisés
Caverna dos Tesouros
Epístola de Aristéas
Livro dos Jubileus
Martírio de Isaías
Oráculos Sibilinos
Prece de Manassés
Primeiro Livro de Adão e Eva
Primeiro Livro de Enoque
Quarto Livro dos Macabeus
Revelação de Esdras
Salmo 151
Salmos de Salomão
Samuel Apócrifo
Segundo Livro de Adão e Eva
Segundo Livro de Enoque
Segundo Tratado do Grande Seth
Terceiro livro de Enoque
Terceiro Livro dos Macabeus
Testamento de Abraão
Testamento dos Doze Patriarca
Existe mais 57 Apócrifos do Velho Testamento que fazem parte dos escritos de Qumran .
Os Apócrifos do Novo Testamento, também conhecidos como "evangelhos apócrifos", são uma coletânea de textos anônimos, escritos nos primeiros séculos do cristianismo, não reconhecidos pelo cristianismo ortodoxo e que, por isso, não foram incluídos no Cânone do Novo Testamento. Não existe um consenso entre todos os ramos da fé cristã sobre o que deveria ser considerado canônicoe o que deveria ser apócrifo
O Evangelho da Infância Siríaco (ou Evangelho Árabe da Infância)
A História de José, o carpinteiro
A Vida de João Batista
O Evangelho Armênio da Infância de Jesus
A História de José, o carpinteiro
A Vida de João Batista
O Evangelho Armênio da Infância de Jesus
Evangelho dos Hebreus
Evangelho dos Nazarenos
Evangelho dos Ebionitas (século II) é uma tentativa gnóstico-cristão de perpetuar as práticas do Antigo Testamento.
Evangelho dos Nazarenos
Evangelho dos Ebionitas (século II) é uma tentativa gnóstico-cristão de perpetuar as práticas do Antigo Testamento.
Evangelho de Marcião
Evangelho de Mani, também chamado de Evangelho Vivo ou Evangelho dos Vivos
Evangelho de Apeles
Evangelho de Bardesanes
Evangelho de Basilides
Evangelho de Cerinto
Evangelho de Mani, também chamado de Evangelho Vivo ou Evangelho dos Vivos
Evangelho de Apeles
Evangelho de Bardesanes
Evangelho de Basilides
Evangelho de Cerinto
Evangelho de Tomé (século I) é uma visão gnóstica dos supostos milagres da infância de Jesus
Declaração de José de Arimatéia
Evangelho de Pedro
Atos de Pilatos, também chamado de Evangelho de Nicodemos Relato de Pilatos a Cláudio
Cura de Tibério
Descida de Cristo ao Inferno
Evangelho de Bartolomeu Questões de Bartolomeu
Ressurreição de Jesus Cristo, que alega ser "de acordo com Bartolomeu"
Sentença de Pôncio Pilatos contra Jesus
Evangelho de Pedro
Atos de Pilatos, também chamado de Evangelho de Nicodemos Relato de Pilatos a Cláudio
Cura de Tibério
Descida de Cristo ao Inferno
Evangelho de Bartolomeu Questões de Bartolomeu
Ressurreição de Jesus Cristo, que alega ser "de acordo com Bartolomeu"
Sentença de Pôncio Pilatos contra Jesus
Apócrifo de Tiago, também chamado de "O livro secreto de Tiago"
Livro de Tomé Adversário
Diálogo do Salvador
Evangelho de Judas, também chamado de "Evangelho de Judas Iscariotes"
Evangelho de Maria, também chamado de "Evangelho de Maria Madalena"
Evangelho de Filipe
Evangelho Grego dos Egípcios, que é distinto do Evangelho Copta dos Egípcios
Sophia de Jesus Cristo
Livro de Tomé Adversário
Diálogo do Salvador
Evangelho de Judas, também chamado de "Evangelho de Judas Iscariotes"
Evangelho de Maria, também chamado de "Evangelho de Maria Madalena"
Evangelho de Filipe
Evangelho Grego dos Egípcios, que é distinto do Evangelho Copta dos Egípcios
Sophia de Jesus Cristo
Apócrifo de João, também chamado de "Evangelho secreto de João"
Evangelho Copta dos Egípcios, distinto do Evangelho Grego dos Egípcios
Apocalipse Copta de Paulo, distinto do Apocalipse de Paulo
Protenoia Trimórfica
Evangelho Copta dos Egípcios, distinto do Evangelho Grego dos Egípcios
Apocalipse Copta de Paulo, distinto do Apocalipse de Paulo
Protenoia Trimórfica
Atos de André
Atos de André e Matias
Atos de Barnabé
Atos de João (150 - 160 d.C) descreve milagres, cita sermões e é bastante ascético.
Atos de João o Teólogo
Atos dos mártires
Atos de Paulo (c.e 160 d.C) contém a estória de uma jovem em Icônio que teria se convertido por Paulo e teria deixado o seu noivado.
Atos de Paulo e Tecla
Atos de Pedro (século II) queda da igreja de Roma devido às vilezas de Simão Mago, fuga de Pedro de Roma, sua volta e crucificação de cabeça para baixo.
Atos de Pedro e André
Atos de Pedro e Paulo
Atos de Pedro e os doze, gnóstico
Atos de Filipe
Atos de Pilatos
Atos de Tadeu
Atos de Tomé, gnóstico, (final do século II) descreve Tomé como um missionário na Índia.
Atos de Xantipe, Polixena e Rebeca
Relatos de martírios:Martírio de André
Martírio de Bartolomeu
Martírio de Mateus
Atos de André e Matias
Atos de Barnabé
Atos de João (150 - 160 d.C) descreve milagres, cita sermões e é bastante ascético.
Atos de João o Teólogo
Atos dos mártires
Atos de Paulo (c.e 160 d.C) contém a estória de uma jovem em Icônio que teria se convertido por Paulo e teria deixado o seu noivado.
Atos de Paulo e Tecla
Atos de Pedro (século II) queda da igreja de Roma devido às vilezas de Simão Mago, fuga de Pedro de Roma, sua volta e crucificação de cabeça para baixo.
Atos de Pedro e André
Atos de Pedro e Paulo
Atos de Pedro e os doze, gnóstico
Atos de Filipe
Atos de Pilatos
Atos de Tadeu
Atos de Tomé, gnóstico, (final do século II) descreve Tomé como um missionário na Índia.
Atos de Xantipe, Polixena e Rebeca
Relatos de martírios:Martírio de André
Martírio de Bartolomeu
Martírio de Mateus
Epístola de Barnabé
Epístolas de Clemente:I Clemente
II Clemente
Epístola dos Coríntios a Paulo
Epístola de Inácio aos Esmirniotas
Epístola de Inácio aos Trálios
Epístola de Policarpo aos Filipenses
Epístola dos Apóstolos
Epístola a Diogneto
Epístola aos Laodicenses, que está em nome de Paulo, escrita para materializar a epístola mencionada em Colossenses 4:16.
Correspondência entre Paulo e Sêneca
Terceira Epístola aos Coríntios, aceita no passado por algumas Igrejas Ortodoxas Armênias
Epístolas de Clemente:I Clemente
II Clemente
Epístola dos Coríntios a Paulo
Epístola de Inácio aos Esmirniotas
Epístola de Inácio aos Trálios
Epístola de Policarpo aos Filipenses
Epístola dos Apóstolos
Epístola a Diogneto
Epístola aos Laodicenses, que está em nome de Paulo, escrita para materializar a epístola mencionada em Colossenses 4:16.
Correspondência entre Paulo e Sêneca
Terceira Epístola aos Coríntios, aceita no passado por algumas Igrejas Ortodoxas Armênias
Apocalipse da Virgem
Apocalipse de Paulo, que é diferente do Apocalipse Copta de Paulo
Apocalipse de Pedro, que é diferente do Apocalipse Gnóstico de Pedro, (c.e 150 d.C) contém visões do Senhor transfigurado.
Apocalipse de Pseudo-Metódio
Apocalipse de Tomé, também chamado de "Revelação de Tomé"
Apocalipse de Estevão, também chamado de "Revelação de Estevão"
Consumação de Tomé
Primeiro Apocalipse de Tiago
Segundo Apocalipse de Tiago
Vingança do Salvador
Visão de Paulo
Apocalipse de Paulo, que é diferente do Apocalipse Copta de Paulo
Apocalipse de Pedro, que é diferente do Apocalipse Gnóstico de Pedro, (c.e 150 d.C) contém visões do Senhor transfigurado.
Apocalipse de Pseudo-Metódio
Apocalipse de Tomé, também chamado de "Revelação de Tomé"
Apocalipse de Estevão, também chamado de "Revelação de Estevão"
Consumação de Tomé
Primeiro Apocalipse de Tiago
Segundo Apocalipse de Tiago
Vingança do Salvador
Visão de Paulo
Existem vários outros livros que se fosse citado aqui iria ficar muito extenso esse post,mas é um tipo de assunto que rende muito e mais pra frente vou tentar ao poucos ir falando de alguns livros.
Ainda que muitos livros citados aqui sejam considerados heréticos (especialmente os que pertencem às tradições gnósticas), outras não são consideradas particularmente heréticas no conteúdo e são na realidade aceitos como livros de importante valor espiritual. Não são, porém, considerados canônicos.
Referências:
- a b c Peshitta (em inglês)
- [ http://www.theologicalperspectives.com/RELIABILITY4.html Confiabilidade] (em inglês)
- James M. Robinson. (em inglês). [S.l.]: HarperOne, 1990.
- Hans-Josef Klauck. The Apocryphal Acts of the Apostles: An Introduction (em inglês). Baylor UP: [s.n.], 2008.
- Bart D. Ehrman. Lost Christianities (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press, 2003.
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